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DUARTE ENNES

Décio Duarte Ennes nasceu em Nova Friburgo, Estado do Rio de Janeiro, Brasil, em 27de abril de 1926 e faleceu em Petrópolis, RJ, em 16 de dezembro de 1982.

Poeta, cronista, crítico literário, graduado em Direito, advogado, membro da Academia Petropolitana de Letras. Autor dos livros de poesia Paz bendita (1962) e Flor da vida (1966).

 

ENNES, Décio Duarte.   Flor da vida (sonetos).  Petrópolis: Papelaria do Povo, 1966.          96 p.  11 X 17 cm. 
Ex. bibl. Antonio Miranda  - Doação do livreiro Doação do livreiro Jose Jorge Leite de Brito

 

Contraste

Vivemos nossa vida num contraste,
Que não vivermos bem melhor nos fôra,
Se vejo em ti a imagem sedutora,
Em mim tu vês o amor que desprezaste.

Desde a primeira vez que me fitaste,
Ao contemplar-te, o amor meu rosto cora;
Ao ver-me, o desdém teu rosto descora,
Desde a primeira vez que me encontraste!

Se vivo desejoso de te amar,
Tu vives desejosa de esquecer...
Se me aproximo está a te afastar,

E, já que este é dos fados o querer,
Eu sempre hei-de de ver — nunca te olhar!
Hás sempre de olhar — nunca me ver!

 

Súplica

Ó almas virgens, puras, que habbitais
O mundo, ainda sem mácula de dor;
Ó almas cândidas, a quem o amor
Os vossos corações não crivou de ais;

Ó almas virgens, puras, que inda estais
No céu da virgindade, com fulgor,
A cintilar, e que inda com fervor
A vossa fé ao amor depositais:

Tomai cuidado em toda a vossa vida
Contra os males que pode Amor causar!
Sabei vossas eleitas escolher.

Pois tereis, do contrário, uma dorida
Existência, e havereis de só penar
— E qual minha alma em vida só sofrer!     

 

Sentimento  

Sinto em minha alma a dor de que viveu
Uma existência tola e mal vivida;
De quem passou sozinho pela vida,
De quem a ti, Amor, não conheceu!

Sinto em minha alma a dor de quem perdeu
  
Toda a Felicidade pretendida;
De quem procura a imagem tão querida
— E a desventura encontra por labéu!

Sinto em minha alma a dor de quem espera
O amor que outrora alguém lhe prometera,
E lho jurara — em falso juramento!

Sinto em minha alma a angústia do infeliz
Que um dia a amada conheceu, feliz,
E dela teve a dor do esquecimento.  
 

 

Consumatum

Quebremos nossa jura, mal não faz!
O teu destino segue, companheira,
Que eu saberei viver a vida inteira
E desprezar o teu amor falaz!

Eu saberei viver sozinho, em paz,
Suportando da vida traiçoeira
O rude golpe.  Embora amar-te queira,
Adeus te digo, fronte erguida, audaz!

Por outro espera, e engana-o, se quiseres:
Quando o amor é sincero e verdadeiro
Não se esmola nem se ama por favor!

Voltarei, mas só quando compreenderes
Que se é triste esmolar o vil dinheiro,
É vergonhoso se esmolar Amor!

 

 

Soneto sem Verbos

Imenso o mar, e audaz o navegante:
As ondas, ora calmas, ora irosas,
E o marinheiro sempre confiante
— Senhor do mar, das águas revoltosas...

Em calmaria, em tempestade, avante
O frágil barco, e, alheio às tormentosas
Vagas, o nauta heroico, assaz pujante
Nas lutas contra o mar, vitoriosas...

E o nauta aventureiro e destemido
Empós de um horizonte não vencido...
E esse horizonte, aqui, ora além mais,  

Inatingível pelo ser humano!
Uma nuvem talvez do desengano,
Nimbo talvez dos nossos próprios ais!

 

*

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Página publicada em agosto de 2021 

 

 

 
 
 
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